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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Lar, doce lar

O primeiro cão

          Nossa principal tendência é exagerar nos cuidados dados ao cão, de forma que ele vive mais no nosso colo que no chão. Esse nosso comportamento é normal, desde que dosado.
Não podemos nos esquecer de que o cãozinho está em fase de desenvolvimento e de adaptação a uma nova situação de vida. Sendo assim, temos que lhe dar oportunidade de se desenvolver, ao mesmo tempo em que brecamos uma possível "superdependência" de nossa companhia.
Nos primeiros dias de novo lar, costumeiramente o cão chora à noite, fruto da falta de sua mãe e irmãos. Nessa fase, recomenda-se um dos procedimentos:
1 - colocar um relógio com um "tic-tac" sonoro, perto do animal (porém sem que ele veja o relógio);
2 - colocar, em volume bem baixo, um rádio, com músicas calmas (clássicas, por exemplo), ou em rádio AM (por causa das vozes), também sem que o animal aviste o aparelho. Algumas pessoas também tomam por procedimento colocar junto ao filhote uma bolsa de água quente.Este procedimento não é dos mais recomendáveis, por dois motivos: em pouco tempo a bolsa esfria, não surtindo mais o efeito desejado (o de simular o calor da mãe e irmãos); o cão pode, eventualmente, criar dependência desse procedimento. Mas, e a dependência do relógio ou rádio? É mais difícil acontecer, pois música, vozes e barulhos são comuns no dia-a-dia; já a bolsa ficaria em contato com o animal, enquanto o rádio ou o relógio estará longe de seu alcance.

          Voltando ao primeiro dia da mascote na casa, por passar por um período de stress durante a adaptação, o cão pode ter diarréia. Para evitar esse quadro, é importante tomar algumas providências:
1 - continuar, por pelo menos 15 dias, com a mesma alimentação fornecida pelo criador;
2 - não ficar com o animal no colo por períodos prolongados;
3 - inventar brincadeiras e exercitar a mascote por algumas horas no dia;
4 - respeitar os períodos de sono, que são mais numerosos nessa fase de vida.
          Uma providência que deve ser quase imediata: levar o filhote ao Médico Veterinário de sua confiança. Esse procedimento é importante, pois:
1 - pode-se identificar alguma moléstia (como verminoses, que são comuns nesse período de vida);
2 - recebemos as melhores instruções para cuidar da raça escolhida (e dos "vira-latas" também!!);
3 - o Médico Veterinário traçará um plano de cuidados, desde a vermifugação até às vacinas, o que proporcionará melhores condições de vida (ou seja, vida longa) ao animal.
          Quando o filhote é o primeiro da família é natural que o "enchamos" de mimos. Tome cuidado, pois todos os cães são inteligentes e sabem se aproveitar das situações. Um vício criado geralmente é um vício para a vida toda. Temos que ser carinhosos, porém enérgicos na hora de educar. Não exite em dar uma bronca oral severa quando o filhote fizer algo errado; porém, agrade-lhe muito quando fizer a coisa certa.
          Um dos costumes primeiros que devemos dar ao animal é quanto ao local do "banheiro". Seja qual for a raça e a finalidade de tê-la, é importante acostumar o cão a urinar e defecar em um único local, basicamente por dois motivos: primeiro, a higiene para o próprio cão e para a família; segundo, para facilitar a manutenção. Esse aprendizado, geralmente, demanda algum tempo. Devemos ter extrema paciência até que o cão associe que aquele é o único local em que deverá fazer suas necessidades. Há produtos no mercado que podem auxiliar, mas esse costume só será aprendido com o esforço e paciência de alguma pessoa.
          No princípio, o animal fará suas necessidades em qualquer lugar. Note que, após as refeições, passados alguns minutos o cão começa a farejar e rodear o chão: é nessa hora que devemos levá-lo ao local desejado como sanitário. Claro que, nos primeiros dias, o cão estará se ambientando na casa, e não conhecerá nenhum caminho. Mas, tão logo você perceba que o filhote já sabe circular pela casa, ao levá-lo ao "banheiro" o faça com o cão vendo o caminho, para que o memorize. Nos primeiros dias não o repreenda. Após a ambientação, porém, comece com uma repreensão bem branda, sempre o levando ao local escolhido.
Se perceber a vontade do animal, já o leve ao local; porém, se ele já tiver defecado ou urinado, a repreensão só será válida imediatamente após esse "deslize": um minuto depois, a bronca já não será mais válida, pois o cão tem memória curta para esses acontecimentos, e não associará a bronca ao fato. É importante que, nos primeiros dias, você deixe nesse local fezes e urina, para que o cão possa se guiar pelo cheiro. Lave o local indesejado que o cãozinho defecar e/ou urinar com desinfetante e álcool, passando depois boa quantidade de água limpa.
         Na medida em que o tempo for passando, assevere a repreensão. Jamais, porém, bata no animal ou esfregue seu focinho no chão. Isso contribuirá para que o filhote amedronte-se frente à pessoa, o que não contribuirá em nada.
Tome também o seguinte cuidado: os cães têm uma associação limitada (comparada à nossa). Muitas vezes, as pessoas usam um canudo de jornal para bater no chão e fazer barulho, como método de repreensão. Neste caso, não queira, que o filhote faça necessidades no jornal.

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